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Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção

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A demanda por agregados reflete o nível da atividade econômica do país. A indústria cafeeira, principal atividade econômica no Brasil entre 1800 e 1930, teve papel destacado por demandar diversas obras de infraestrutura, como a instalação de rede de telégrafos, navegação e ferrovias, as quais em particular, impulsionaram a produção de agregados para a construção do lastro dos trilhos.

A quebra da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929 levou o Brasil a buscar resolver os problemas de dependência de capitais externos através da implementação de uma política de substituição de importações, dando início a um processo de industrialização com o desenvolvimento do parque manufatureiro, utilizando a infraestrutura criada para a produção e transporte do café. Mas a indústria brasileira que se criava limitava-se à fabricação de produtos de baixa tecnologia, como têxteis, alimentos, sabão e velas.

O fim do ciclo do café promoveu outra grande e importante mudança: o êxodo rural e o crescimento acelerado dos grandes centros urbanos. Essa migração criou um mercado consumidor, gerando a necessidade de produzir bens de consumo para a população. Esta, sim teve impacto na produção de agregados enquanto a população urbana pressionou a demanda por moradias, serviços e utilidades.

Brasil: População Rural e Urbana

Na década de 1940, no final da Era Vargas, com a entrada do Brasil no bloco de países aliados na II Guerra Mundial, houve transferência de tecnologias norte-americana para construção da Companhia Siderúrgica Nacional. Além do aço, outras indústrias de base foram desenvolvidas, incluindo cimento, petróleo e energia.

No governo de Juscelino Kubitschek, de 1956 a 1961, houve a implementação do Plano de Metas “50 anos em 5”, voltado a promover grandes investimentos nos setores da indústria, da energia, dos transportes, dos alimentos, da educação e na construção de Brasília, a nova capital.

Estes investimentos geraram a necessidade da criação e da expansão de novas malhas rodoviárias para o escoamento da produção industrial, construção de casas, escolas, hospitais e infraestrutura em geral nos centros urbanos para atender a população rural que migrou em busca dos empregos ofertados pelos setores produtivos. Com a concentração de empregos, bens, serviços e infraestrutura nas cidades, o ambiente urbano se tornou mais atraente para a população do campo em busca de emprego e de qualidade de vida, reforçando o êxodo rural.No final da década de 1960 a população urbana já superava a rural. Com essa migração, as cidades cresceram rapidamente em população e os agregados estiveram presentes em todas as etapas do processo de urbanização.

Durante a década de 70, o Brasil, assim como outros países da América Latina, absorveu grandes fluxos de capital estrangeiro. Nesse período, conhecido como o “milagre brasileiro”, houve altos investimentos em obras públicas. De 1960 a 1980, a demanda por agregados saltou de 25 milhões para 153 milhões de toneladas. Já nos anos 80, após a segunda crise mundial do petróleo e a consequente elevação das taxas de juros internacionais, a demanda por agregados permaneceu estacionária em um patamar médio de 110 milhões de toneladas por ano. Foi a chamada “Década Perdida”.

O mercado da construção só retomou o crescimento após 1994, mas desta vez a taxas recordes. De 1995 a 2000, o consumo de agregados saltou de um nível de 190 para 400 milhões de toneladas. Esse crescimento reflete os resultados do plano econômico lançado em julho de 1994, conhecido como “Plano Real”, que promoveu a redução da inflação, assim como algumas mudanças estruturais no país.

De 2000 a 2013 a demanda por agregados cresceu consistentemente uma média de 6,2% ao ano, atingindo 745 milhões de toneladas em 2013. A partir daí, seguiram-se quatro anos de quedas consecutivas, chegando em 2017 a 497 milhões de toneladas, 33% abaixo de 2013. Desde 2013, houve redução de 30% da força de trabalho composta por mão-de-obra especializada no setor. Enquanto nos anos 1980 (a chamada “Nova Década Perdida), o PIB acumulado cresceu 16,9%, na década de 2010, o PIB acumulado foi de apenas 2,7%. Em 2022 a demanda foi de 640 milhões de toneladas de agregados, sendo 374 milhões de toneladas de areia e 266 milhões de toneladas de brita. Para 2023 espera-se um crescimento de 3%.